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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mergulhador desaparecido.

Hoje de manhã, mal cheguei à loja, o meu pai veio informar-me que desapareceu mais um mergulhador. A minha família, (principalmente os meus avós) têm estado um pouco assustados com esta minha nova actividade, embora não represente perigo nenhum caso eu respeite as regras básicas que são ensinadas num primeiro contacto com o mergulho, as quais eu respeito!!
Fui investigar, e ao que parece, um homem de 33 anos, ao fazer um mergulho de naufrágio profundo ao largo da costa de Peniche, sentiu-se mal e desapareceu após ter iniciado a subida.

Segundo o Comandante da capitania de Peniche, José Cardoso, este mergulhador estava integrado num grupo de 4 pessoas, no qual só 2 estavam a mergulhar, estando os restantes no barco. Segue em baixo o que disse o comandante.


Não existem muitos pormenores informativos relativamente a este mergulho, como por exemplo, se iam com uma escola de mergulho, se tinham certificação para fazer um mergulho tão profundo (cerca de 40 metros), se tinham feito mais mergulhos nesse dia etc.
Não sou uma grande expert de mergulho, mas uma regra básica que à partida me parece ter falhado, é a regra de nunca, mas nunca perdermos o contacto visual com o nosso buddy (companheiro de mergulho) em todo o mergulho, principalmente na subida, a qual deve ser feita com os buddys frente a frente, e muito menos numa subida de emergência por alguém se sentir mal, a qual deveria implicar atenção extra, por forma a o mergulhador que se sente mal sentir mais apoio.
Posso especular muito sobre o porquê deste incidente. Desde o efeito de narcose por nitrogénio, que ocorre normalmente a partir dos 30 metros de profundidade; ou o facto de permanecer tempo de mais lá em baixo, que facilita a doença descompressiva; o não cumprir os patamares de segurança na subida, que com o pânico podem ser facilmente esquecidos e que, em caso de anomalia física, pode facilitar ainda mais a doença descompressiva; o mergulhador pode ter entrado em hipotermia e ter perdido o controlo do mergulho; não ter sido feito um plano cuidado deste mergulho; não ter feito um controlo do ar da sua garrafa; ou mesmo um ataque cardíaco ou uma ocorrência completamente alheio ao mergulho. A doença descompressiva também pode ocorrer mais facilmente caso os mergulhadores tenham feito mais que um mergulho nesse dia, sem esperarem tempo suficiente entre mergulhos para normalizar os gases e as vias aéreas do corpo. No entanto duvido que seja este o caso pois o acidente foi reportado logo de manhã.
Um outro factor possível de ter ocorrido para o sentimento de mal estar do mergulhador, caso estivesse a mais de 40 metros, é a intoxicação por oxigénio. A mergulhos de profundidade superior a 40 metros, é necessário levar uma mistura de gases específica, bem como ter formação em mergulho técnico.
São muito poucos os mergulhadores portugueses habilitados a realizar este tipo de mergulho.

Muitas vezes, os mergulhadores mais experientes ignoram algumas normas de segurança por se considerarem muito conhecedores do assunto. Não sei se foi o caso, ou se eram mergulhadores com pouca experiência que decidiram puxar os limites à sua formação e conhecimento na área. Acredito que a maior parte de acidentes e mortes em mergulho acontecem por uma destas duas razões, ou então por ataque de pânico, o qual é facilmente evitado com a experiência e conhecimento desta actividade, ou ao mergulhar com uma pessoa mais experiente.
De resto, só posso esperar que encontrem o corpo rapidamente para que a família e amigos deste mergulhador consigam, o mais rápido possível, superar parte desta perda.

Mergulhem sempre com segurança. Caso seja necessário, façam uma recclagem de conhecimentos. Acidentes destes são facilmente evitáveis.
O mergulho é uma experiência espectacular e muito segura.

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